domingo, 28 de agosto de 2011

Shoftim - Energia Semanal de 28/08 a 03/09


No trecho desta semana (Deuteronômio 16:18 – 21:9) começamos com um mandamento simples: “Juízes e polícias designarás para ti em cada um de teus portões, em cada uma de tuas cidades, e julgarão o povo com reto juízo.”

Além do significado óbvio do versículo – de que devemos procurar estabelecer um meio de julgamento e cumprimento das leis em nosso meio – podemos extrair daqui uma lição de vida muito importante.

Os cabalistas explicam que os “portões” de que fala o texto são as vias de entrada e saída no corpo humano: os olhos, as orelhas, as narinas e a boca. Todos estes portões podem ser usados para o bem ou para o mal.

Com os olhos podemos fazer com que “entrem” visões das letras de um livro interessante, por exemplo, o que nos faz crescer pelo estudo, mas também podemos fazer com que “nossos olhos cresçam” e busquemos satisfazer nossos desejos sem limites.

Os ouvidos podem ser usados para escutar uma bela canção ou um lindo poema, ou podem ser usados para ouvir a fofoca e os mexericos de um amigo invejoso ou com raiva.

A boca pode ser usada para incentivar e consolar os outros, mas também pode ser um meio de ofensas e mágoas.

Quem define quais serão os usos destes portões, se bons ou maus? Os “juízes” e “polícias” que temos dentro de cada um de nós. Em último caso, o versículo desta semana pede que coloquemos juízes vigiando o nosso corpo, para ver o que faremos com ele: construiremos um mundo melhor ou destruiremos o mundo como o conhecemos?

E alguns podem se perguntar: mas quem são estes juízes internos? A Cabalá nos diz que são o intelecto e o coração. É por isto que a palavra está no plural – “juízes”.

Se usarmos só o intelecto ou só o coração para julgarmos nossas atitudes, podemos nos enganar e sermos parciais. É sabido que às vezes o nosso cérebro diz para não respondermos a alguém que nos ofendeu, mas o nosso coração diz para responder. O nosso coração pode pedir para não ouvir as palavras invejosas de alguém, mas o nosso cérebro, preso na curiosidade, diz para ouvirmos.

Os sábios da Cabalá explicam que um pássaro que quebra uma das asas não pode voar, pois o voo só ocorre quando as duas asas trabalham com força. Assim é a relação entre o intelecto e o coração nos julgamentos. Cada um deles é uma “asa espiritual” do ser humano. Quando fortalecidos e usados adequadamente, são os que nos impulsionam e nos permitem experimentar um crescimento espiritual verdadeiro.

Um comentário:

  1. Oi Yair, tudo bom? saudades...

    Posso entender que o coração é o lado direito da Árvore da Vida e o intelecto, o lado esquerdo?

    abs

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