terça-feira, 2 de agosto de 2011

Korach - Energia Semanal de 19/06 a 25/06

Esta semana estamos sintonizados com a Porção Semanal de Korach, que vai de Números 16:1 a Números 18:32.
Lemos mais uma vez uma rebelião do povo de Israel contra Moisés. Na verdade, nesta semana, ficamos sabendo que um pequeno grupo, liderado por Korach, é quem decide se rebelar contra as normas de D’us e o favoritismo de Moisés como seu representante.
Na verdade, o grande problema de Korach é, por que Moisés foi escolhido para líder, e não ele mesmo, Korach.
A situação parece familiar, não? Quantas vezes nos questionamos por que outra pessoa está em certo cargo ou posição e não nós mesmos?
Do que vemos narrado nesta semana, fica imediatamente claro que Korach é um personagem malvado, mas com muita lábia. Através de seus argumentos e lógica, ele consegue convencer uma parte do povo a se unir a ele e questionar a autoridade de Moisés. Korach, representa, então, a voz do povo judeu antes do Êxodo. Korach é a voz da mentalidade escrava de cada um de nós.
Então, na verdade, a pergunta mais profunda aqui não é por que ele é líder e não eu, mas por que nós insistimos em colocar a voz da escravidão – o Korach dentro de nós – como questionador da liderança do Moisés em nós?
Por que nós (e o povo judeu, como narrado na Bíblia), continuamos exaltando a vida escrava no Egito como paradigma da virtude? Por que não seguir Moisés, D’us, os dois espiões que falam bem da Terra? Aliás, por que a relutância em entrar na Terra, como vimos no texto da semana passada?
Acredito que a resposta para isso se encontra na auto-imagem e conhecimento que temos de nós mesmos. Somos acostumados, desde pequenos, a nos aliar a Korach, sermos escravos no Egito, e seguir esta mentalidade. Quando, eventualmente, saímos do Egito e somos postos no deserto, continuamos reclamando das coisas e tendo como modelo o mesmo Korach. Louvamos a vida que tínhamos, olhamos para o passado, em vez de olhar para o futuro.
Se nós conseguíssemos mudar a visão que temos de nós mesmos, se conseguíssemos nos ver como seguidores de Moisés (e não de Korach), a vida seria muito mais fácil.
Vou contar uma historinha que deve ilustrar bem este conceito.
Na década de 50, um grande cabalista foi fazer uma viagem de avião de primeira classe e, por acaso, se sentou do lado do famoso dramaturgo, Arthur Miller. O dramaturgo ficou observando como os discípulos do cabalista o tratavam com todo cuidado e reverência. Ele observou como os discípulos acompanharam o cabalista por todo o aeroporto, o acomodaram em sua poltrona e constantemente vinham verificar se ele estava bem e se precisava de alguma coisa.
Intrigado, Arthur Miller se virou para o cabalista e perguntou: “Rebe, como pode ser que eu dou aulas na universidade, um pilar de sabedoria secular, e sou tratado como um qualquer pelos alunos, ou até mesmo com desrespeito, enquanto você, que ensina uma tradição arcaica, é tratado com respeito e com amor, como se fosse um parente, pelos seus discípulos?”
O cabalista sorriu e respondeu: “É muito simples. Você, uma pessoa secular, diz para os seus alunos que eles vieram dos macacos, ou seja, quando eles olham para você, eles veem em você uma pessoa uma geração mais próxima do seu ancestral comum, o macaco. Nós, os cabalistas, dizemos para os nossos alunos que eles descendem diretamente de D’us, portanto, quando eles olham para mim, eles veem em mim uma pessoa uma geração mais próxima de D’us.”

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