terça-feira, 2 de agosto de 2011

Pinchas - Energia Semanal de 10/07 a 16/07

A Porção Semanal de Pinchás (Números 25:10-30:1) é o texto ligado a nós no momento.
Logo no início do texto, vemos um elogio ao personagem Pinchás. Para entender este elogio, precisamos entender o que Pinchás fez de tão importante.
No finzinho do texto da semana anterior, a Torá relata que os judeus começaram a se envolver em relações sexuais ilícitas com as moabitas (Números 25:1) e na prática de idolatria (Números 25:2). Por conta disso, D’us envia uma praga ao povo judeu “E os que morreram da praga foram vinte e quatro mil” (Números 25:9).
Neste contexto que surge Pinchás. Ele assassina um importante membro do povo judeu (o príncipe da tribo de Simão) e com isto detém a praga e a matança que estavam se abatendo sobre o povo. O que vemos escrito sobre isso é: “Pinchás, filho de Elazar … desviou Minha ira de sobre os filhos de Israel, ao levar Minha vingança entre eles, e assim não consumi os filhos de Israel com Minha ira. Portanto diz: Eis que lhe dou a Minha aliança de paz” (Números 25:11-12).
Aqui os cabalistas começaram a se fazer um monte de questionamentos! Que história é essa? Pinchás assassina um homem e recebe uma benção de D’us (a Aliança de Paz)? Tudo bem, ele deteve a praga no povo, mas, ainda assim, isso foi cometido com base em um assassinato! Como ele pôde ser louvado e elogiado? A paz é o prêmio que Pinchás recebe pela violência cometida?
A questão fica mais interessante quando vemos que, ao fazer isso, os sábios do povo quiseram expulsar Pinchás do acampamento, mas, como vimos, a voz de D’us aparece e legitima o ato cometido.
Devemos entender bem a lição a ser passada aqui. Em primeiro lugar, Pinchás representa atitudes enérgicas que muitas vezes precisamos tomar em nossa vida. O seu ato foi impulsivo, quase irracional, mas extremamente necessário, pois cessou a matança de uma praga que já tinha levado 24.000 pessoas!
Agora, certamente que não devemos entender disso uma apologia ao assassinato e ao modo de agir de Pinchás. O que os cabalistas ensinam é que, na verdade, o que Pinchás recebeu de D’us não foi bem uma benção, mas antes uma “característica” ou qualidade que ele precisava ter em seu caráter.
Quando D’us decide lhe dar a Aliança de Paz, isso mostra que Pinchás precisava ter este poder consigo para não irritar e não se encolerizar como ocorreu. Além disso, a Paz precisava ser posta dentro de Pinchás para que ele não guardasse remorso pelo homem que assassinou ou se sentisse orgulhoso do que fez. A Paz simboliza a serenidade que Pinchás precisava ter e não tinha.
Quando agimos como Pinchás e “matamos um homem”, agimos energicamente e irracionalmente, de maneira drástica, isso viola a nossa paz de espírito. É a sensação que temos de “estou fora de mim”. Neste momento, estamos, literalmente, loucos e ensandecidos. Atos deste tipo, atos de violência, por assim dizer, corrompem o espírito humano, sempre.
Estando neste estado, o que precisamos para nós é a Paz de Espírito, a calma e a serenidade no agir. De preferência, antes de que nos exaltemos e façamos algo do que nos arrependeremos mais tarde. Mas, mesmo que já tenhamos sido enérgicos e “perdido as estribeiras”, é importante voltarmos ao nosso “normal”, readquirindo o controle de nós mesmos. Mesmo que isso tenha acontecido, é sempre importante readquirir a Paz de Espírito.

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