domingo, 21 de agosto de 2011

Reê - Energia Semanal de 21/08 a 27/08


Esta semana vamos aprender algumas coisas da Porção Semanal de Reê (Deuteronômio 11:26-16:17).

Nesta semana Moisés resolve declarar guerra ao ego e o egoísmo, que é a origem da ambição, da luxúria, e do modo de vida que nos liga ao Egito, e não à Terra de Israel.

Mas qual seria o ponto fraco do egoísmo, para o qual Moisés direciona todas as suas flechas? O amor ao dinheiro.

Uma parábola conta que um homem muito rico foi consultar o Rabi Israel Salante pois lhe incomodava o fato de ele ser egoísta, mas queria melhorar isso. O rabino levou o homem para a janela, pediu que ele olhasse para fora e descrevesse o que via. O rico falou: “Ora, vejo as pessoas na rua”. Em seguida o rabino levou o rico para frente do espelho e perguntou o que o homem via. Ele respondeu: “Ora, só vejo a mim mesmo”. O rabino concluiu: “Pois é, em ambos os casos temos vidro, mas quando colocamos prata em cima do vidro, tudo o que você consegue ver é a si mesmo. Sem a prata, você viu os outros”.

O dinheiro é, de fato, uma das maiores formas de alimentar e saciar o nosso ego, por isso a Cabalá ensina que todas as regras que Moisés dá com relação ao dinheiro querem, na verdade, reduzir o ego humano.

E quais são estas regras? São, antes de mais nada, regras de entrega, pois é o ato de entregar que liberta o ser humano do seu ego.

Mais especificamente, as regras impostas por Moisés são: 1) segundo dízimo, 2) dízimo do pobre, 3) revogação de dívidas e 4) caridade.

Esta ordem não é casual, mas tende a trabalhar, pouco a pouco, e na escala correta, o ego da pessoa.

O segundo dízimo pede apenas que o dono de terras use 10% de sua safra de um modo específico, e não como ele quiser. O dízimo do pobre já é mais “severo” exigindo que 10% de tudo o que foi produzido seja dado ao pobre. Depois disso, vêm ainda provas maiores para o ego, e, portanto, provas maiores de entrega. O terceiro mandamento pede que no ano sabático (o sétimo ano de um ciclo), a pessoa que emprestou dinheiro perdoe totalmente a dívida do devedor. Por fim, o último mandamento é o que exige a maior entrega possível, dar sem sequer esperar retorno.

Ao emprestar esperando ser pago, ainda temos o ego envolvido na transação, mas, quando damos caridade, damos sem esperar retorno do dinheiro, e este sim é o verdadeiro tipo de entrega, a culminação da briga contra o ego.

Portanto, do ponto de vista da Cabalá, dar caridade ou o dízimo, nada tem a ver com abrir mão do seu dinheiro (embora isso possa ajudar no caso de pessoas muito materialistas). Mas significa apenas sabermos “abrir mão” do que é nosso: nossos valores, nossas posses, nossas ideias arraigadas, nossos preconceitos. Tudo em prol do outro.

É assim que o nosso ego se empobrece e nós ficamos ricos.

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