domingo, 11 de setembro de 2011

Ki Tavo - Energia Semanal de 11/09 a 17/09

A Porção Semanal Ki Tavô (Deuteronômio 26:1 – 29:8) pede uma coisa mais ou menos curiosa dos seres humanos: que saibam agradecer as boas coisas da vida.

Analisando a psicologia humana, a Cabalá começou a notar que uma pessoa que tem abundância e felicidade na vida, ao invés de se conectar com o lado espiritual e agradecer ao Criador por tudo o que tem, se afasta. As pessoas só se voltam para a espiritualidade em momentos de dificuldade, de dor, de opressão e de angústia. A reza mais importante do judaísmo – o “Shemá Israel” – até nos alerta contra isso: “E você vai comer e vai se saciar. E se cuide para que seu coração não se desvie”.

A questão que devemos fazer, então, é: por que isso ocorre?

A Cabalá explica que os seres humanos tendem a não valorizar as bondades recebidas pois assim elas não se sentem endividadas com ninguém e com nada. O sentimento de liberdade e de “consigo viver por mim mesmo” imbuídos nos seres humanos fazem com que ele não queira reconhecer que algumas coisas na sua vida – as boas coisas – foram causadas por circunstâncias externas. É mais interessante pensar que ele é o fruto das conquistas. Somente os erros e fracassos é que nós gostamos de atribuir aos outros: o Universo, Deus, a família, a sociedade... nunca nós!

Outro motivo pelo qual frequentemente não agradecemos tudo o que recebemos é a correria e o stress do dia-a-dia. Como estamos sempre focados em trabalhar, ganhar dinheiro, cumprir tarefas e obrigações, ficamos com menos tempo livre para olhar as bondades recebidas. Mais uma vez, desnecessário dizer, toda posição conquistada no ambiente de trabalho, cada grau galgado na carreira, é atribuído a méritos pessoais. Os fracassos... são dos outros: o chefe, o colega de trabalho, a empresa, a situação de mercado do Brasil.

Mas se esta é a natureza do ser humano, como aprender a sair deste círculo vicioso e simplesmente agradecer o que recebemos? A resposta está no texto desta semana: antes de tudo, precisamos parar e refletir sobre a vida. É preciso parar e olhar para trás, ver o nosso histórico.

Quando fazemos uma análise de nossa vida, olhando tudo o que passamos e a que ponto chegamos, temos aí o primeiro passo para ver que, na verdade, na verdade, não chegamos ali sozinhos, como gostaríamos de pensar. E ao valorizar o ponto de chegada, passamos a valorizar também os fatores externos que nos levaram a ele. Daí surge o sentimento espontâneo de gratidão.

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